8.11.08

Pedras que amam

Em tempos de cultismo, lanço-te o trecho do terceiro ato do Sermão do Mandato do Pe. Antônio Vieira - "(...) Amava humildemente, enquanto se teve por humilde; tanto que conheceu quem era, logo desconheceu a quem amava." Devido à minha obrigatoriedade de lê-lo, aproveito em compartilhar essa mensagem, que, por ora, tocou-me profundamente. Na verdade, antes mesmos de amar alguém, teríamos que passar pelo crivo de conhecer-nos. Conhecer de maneira densamente límpida. Não pode o homem querer buscar no outro algo que se complete por dentro. Impossível. Os limites corpóreos impedem a residência do amado exatamente dentro de nós. Cara-metade? Não! Rostos unidos, braços dados e olhares cúmplices. Depois de uma desventura, é chegada a hora de conhecer-nos. "Ó, Tempo-Rei/Ó, Tempo-Rei..."!

Vivendo e aprendendo com toda a dor que o amor nos traz. Seria bom se fosse somente um rima...mas dói no peito.