12.12.08

Aqui jaz.

Choro amargo. Tristemente de mal gosto. Hoje, depois de lágrimas e fatos, um júri absolveu o acusado de assassinar uma criança, sob a justificativa de ter se confundido. Ora, errar é humano. Mais errar muito, desconfia-se. Troca de tiro sem tiro de volta? Bandidos que param o veículo e nada fazem para reagir ou fugir? Policial carioca sem a malandragem peculiar do local? Crime sem castigo. Um soldado, servidor público do Estado do Rio de Janeiro, provavelmente, carioca, ciente e acostumado com a cultura e com as ruas e as vielas fluminenses, convenceu que o que passou foi um filme de ação. A fita de câmera de um edifício próximo, usada como prova no julgamente, mostra , fidedignamente, apenas um veículo sendo alvejado a tiros por policiais investidos do poder público para proteger os seus concidadãos. Não. Foi um erro. Não. Foi legítima defesa. Não. São os ócios (ou ossos?) do ofício. Enfim, mais um número em estatísticas de teóricos sobre segurança pública, em seus escritórios, com olhares virtuais. Outro dia, foi um colega de corporação que, para defender seu emprego de segurança privado, matou um jovem envolvido com briga numa boate também do Rio de Janeiro. Um funcionário exemplar não pode ser punido. O que seria uma briga com socos e hematomas, tornou-se um prêmio de condecoração para o empregado do mês.
Quem pode matar? Seguranças ou policiais? Esse ou aquele? Outro ou um?
Quem pode morrer?
A justiça cega, velha e com a esperança.
11/12/08 - 18h39 - Atualizado em 11/12/08 - 20h29

8.12.08

"De vez em quando Deus me tira
a poesia.
Olho pedra e vejo pedra mesmo"
Adélia Prado
A poesia brota no dia, nas horas do relógio a cada instante.
Ontem, pedra; hoje, não sei.
De tanta poesia, sensações e sentimentos,
2+2
representam mais que
quatro
um infinito de significados.