16.9.08

Minhas amadas pedras.

"Água mole, pedra..." Pedra dura, pedra sabão, pedra lascada, pedra no olho e no sapato. São tantas pedras que é possível construir todos caminhos do mundo. Vem dos confins do universo, vem do âmago do poeta, a pedra torna-se um símbolo de rigidez. A rocha do evangelho. O imenso monolito do verdadeiro amor. Pedra. Conglomerado de minerais, com cada um alheio ao ao outro: ciranda de pedra. Nasce homem; morre pedra; transforma-se em pó. Coração vira pedra. A mente vira pedra. O computador vira pedra. Roda ciranda, rodam os homens-de-pedra, numa roda viva ebúrnea de sensações e sentimentos. Ai, que saudade das pedrinhas nas calçadas, das conhas na praia, que jaziam somente. Pegava-se. Chutava-se. E nada mais. Hoje, meu vizinho é pedra, meus irmãos são pedras, meus pais são pedras, meus amigos, pedras. Eu, pedra.
Duros feito pedras.
Pedra
Djavan
Sede de amor
Febre de anseio
Quase a escuridão
Você partiu, me reduziu,
Amor, me perco em lágrimas
Não mais a vi, desde abril,
Fui pro mar E você lá deitada na pedra
Que inveja dessa pedra
O que ficou, eu compreendi,
Face àquela visão
O que era amor inda me diz: Pena que tudo acabe...
Um lance novo me despertou
Desde já, só quero estar
Com quem me serve
E, de resto, serei breve!
Nada fica em pé pra quem se quebra numa paixão
O mundo é vão
E tudo é só um oco absurdo
Não mais me vejo assim
Tô a pé, mas chego onde vou
Revê-la só foi ruim
Porque nada me causou
Doeu, me ressenti
Quando você me desprezou
Mas hoje estou aqui: algo como uma flor na pedra
Preste a nascer

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