24.6.08

São tantas pedras...

Ainda pouco, foi mostrado, sob uma óptica bem próxima; porém menos densa, a realidade das emergências do estado do Rio de Janeiro no programa "Profissão repórter". Uma novela. Quadros de impacto sem a precisa reflexão sobre o que poderia ser feito, como ser feito. Não se sabe o que vale mais: a imagem ou as duras palavras sensatas? Baleados. Intoxicações. Acidentes. Horrores. Cenas nítidas e repetidas. Repetidas. Repetidas. Assim, como o uso de martelo. Foram 15 ou 20 minutos. Só aperitivo para a entrada principal da refeição de se alimentar com sustento. Uma pimenta de sangue. Sal a gosto de atropelamentos. E um fillet com molho depoimento vigotskiano de um auxiliar de enfermagem: construtivismo relativamente dinâmico. Conhecimento de causa sem razão; voz surda do morro.

Confesso que preferia um debate acadêmico. No entanto, a visão teledramatúrgica com heróis anônimos de jaleco branco mostram a face quase romântica da profissão. Por dinheiro? Nem tanto, a televisão tenta mostrar o voluntarismo ideológico de quem um dia ousou fazer o vestibular mais concorrido, para salvar segundo o altruísmo cristão. Ilusões por dez reais. Por vinte. Leva duas e pague uma. A vocação vendida. A medicina...por favor, sem rima.

Pedras no sapato incomodam a quem anda. Acorda, médicos! Acorda, medicina!

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