1.7.08

Pedra vazia

Um dia, areia
outro dia, montanha
pedras sobre pedras
nas costas de ninguém.

ninguém.
escondo-me no silêncio
surdo
dos cegos à paixão.

Mudo.
as palavras do vazio
percorrem o nada
de ninguém.

às vezes, pedra
outras vezes, areia
mais uma vez, montanha
e, por fim, ninguém.

O mundo anda
trota
e não quer voltar
a ninguém.

O mundo anda sozinho.
Ninguém com ninguém
com mais ninguém
sociedade.

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