Toda e qualquer cidade, estado ou país, é constituída por meio do Estado de direito democrático, quando for assim organizado sob o molde federativo ou unitarista, desde que tenha plena e ampla representatividade política. As leis, normas de condutas e a moral, por exemplo, são, aos poucos, acrescidas, revistas e respeitadas conforme for; além do grau de instrução social, o compromisso ético de cada cidadão. Ética é formada de maneira socio-cultural, portanto, lenta. Basicamente passa de geração-a-geração através do filtro enviesado da consciência humana - um constructo feito de vivência, de erudição e de genes favorecidos ao longo do tempo.
Da telinha para o já inexistente telhado de vidro de nossa representatividade, o deputado Hugo Leal vem acompanhado da Lei de deixar água na boca - a Lei 11.705/08, que tem por objetivo diminuir os acidentes provocados pela imprudência de dirigir depois de uns goles e outros contendo etanol. Pressão total é o lema dos órgãos opressores e ostensivos contra os citadinos de bem. Multa pesada, apreensão do veículo e perda da licença de dirigir. Pronto. Com essa forma extra de aumentar os salários pífios de nossos servidores públicos da Segurança, a meta há de ser alcançada. No entanto, hoje, num telejornal de alta audiência, expõe uma pessoa, a qual detém o título de pesquisadora, para lamentar-se da diminuição da queda de tais acidentes. Ora, não é necessário de metade dos títulos desse ser para podermos concluir que acidentes acontecem. São eventos, por definição, fortuitos e raros. Além de, também, não ser tão difícil de perceber em que se tratando de acidentes automobilísticos, ingesta de bebidas alcoólicas não é a única causa. Acidentes vão acontecer e, com isso, a avaliação da eficácia da adesão à lei é, de fato, mais complexa.
Será, que esse imediatismo baseado em causalidades diretas e rasas está associado a interesses políticos-eleitoreiros? Eleições a vista, oposição visando ao poder, situação querendo mais quatro anos, interesses e vontades confundindo-se e misturando-se; revelações escandalosas, propaganda legítima, ordenações de fatos, tudo, no final, para ajudar ao eleitor fazer a sua escolha. Se é certa, só o tempo dirá.
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