21.11.08

O apagar da noite

Não sei se estrela pode apagar-se. Estrelas, brilho eterno. Muito se sabe dos brilhos de aluguéis, de pessoas-luas que orbitam a fonte luminosa. Dinheiro, fama, êxito e reconhecimento deveriam ser metas cabais de satisfação plena; mas, não. São centelhas insaciáveis de ambição para a vaidade humana - o anti-brilho das estrelas. Para adentrar ao tema, requer coragem e força, a fim de aprofundar-se densamente nas mais inerentes peculiaridades humanas. Como funciona ou o que determina o constructo idiossincrático de cada indivíduo? Há a cultura; há a educação referencial das escolas e, fundamental do núcleo familiar; há o círculo de amizades e de conhecidos e há a procura de acordo com a afinidade de se aprender. Muitas são as faces desse poliedro complexo de contrução de personalidade. Os caminhos podem ser traçados; no entanto, existem os já determinados pelas normas perenes - a genética, a família e conjuntura fenomológica singular por que passam cada ser vivente. O caso do ator da Globo, assumida, publicamente, a sua dependência química, mostra-nos o quão somos fatalmente levados ao nosso derradeiro destino. Além de suas fraquezas, a força oposta dos ranger dos dentes, das luas-inquilinas, faz com que, cada vez mais, o brilho do sucesso transforme-se em sombra do ostracismo. - Mais do que ser o que se deseja, somos, muitas vezes, aquilo que querem que sejamos. A luta é desigual.
Um contra todos. Um produto a ser valorado pelas regras mercadológicas, em que se manter notório e vendável é o objetivo ímpar. Não sou. Tenho... De intransitivo, a posição verbal dá o lugar a transitividade direta. Quanto mais tenho, menos sou o que fui. Vai-se a força, o preparo, a dedicação, a família, os amigos, os amores, o centro da lucidez e do bom senso - O dinheiro é troca; não, cimento com tijolos.
Triste. Muito triste.
Pedras, chorai-vos.

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