22.12.08
Ressignificação
que ninguém sabe de onde vem
e nem como surge
uma força muda, sem igual intensidade
com choros, com sofrimentos
singulares
a tal força torce, retorce por dentro
rangendo dentes, sardonicamente,
impura de emoções menores, baixa
aos nossos desafetos
21.12.08
Aos vencedores, os sapatos.
Por Lejeune Mirhan
Al Zaide é jovem mesmo. Tem apenas 29 anos. Foi, ainda sob o governo de Saddam Hussein, presidente de uma entidade estudantil. Segundo a emissora Al Jazeera, é membro do partido Comunista Iraquiano. Tem muitos irmãos e alguns deles mortos em combate na resistência contra a ocupação do Iraque por tropas estrangeiras desde 2003. Zaide é jornalista da emissora de TV Al Baghdadiya (cuja central fica no Cairo). Todas as reportagens da TV que ele faz na cidade de Bagdá ele conclui, dizendo, "da Bagdá ocupada". A própria emissora que o emprega exigiu a sua imediata libertação, assim como o Sindicato dos Jornalistas do Iraque.
Al Zaide virou instantaneamente um herói nacional. E usou a sua arma mais potente, tanto física como simbólica: seus sapatos de sola de borracha pesados. Foi ficando cada vez mais irritado com a entrevista coletiva que Bush vinha dando, com suas mentiras habituais, ao lado do primeiro Ministro fantoche do Iraque, Nuri Al Maliki. Num determinado momento, decidiu arremessar os seus dois sapatos contra Bush. A catatonia dos presentes e mesmo da segurança presidencial foi tamanha, que ele conseguiu inclusive tempo para atirar o segundo sapato.
A frase que ele proferiu, gravada ao vivo por todas as emissoras presentes foi: "É o seu beijo de despedida do povo iraquiano, seu cachorro. Isso é pelas viúvas, órfãos e pelos que foram mortos no Iraque". E não precisava dizer mais nada. Al Zaide mostrava-se ao mundo como o vingador dos mais de 200 mil iraquianos mortos, representava o sentimento de uma nação destruída, desmontada, aviltada, vendida, entregue à sanha imperialista e com quase toda a sua infra-estrutura
destruída e vendida ao setor privado (doadas, na verdade).
Sua fama foi instantânea. Foi saudado no mundo inteiro. Passeatas saíram às ruas para exigir a sua imediata libertação. Circulou a informação de que um
empresário saudita estaria oferecendo dez milhões de dólares por um dos sapatos que for am arremessados contra Bush. A foto de Al Zaide não saia de todas as TVs árabes e os jornais americanos publicaram o sapato "voador" passando rente à cabeça de Bush. Claro, os americanos procuraram minimizar o fato, dizendo que o mesmo não tinha importância alguma e que o jornalista não agiu em nome de nenhuma organização e não expressava a vontade do povo. Pura balela. Só se falava do ato de bravura praticado por um árabe contra o chefe do império mais odiado da história.
Os policiais que o prenderam, o espancaram brutalmente. Seu irmão, Maitham Al Zaide, afirma que diversas de suas costelas foram quebradas e seu olho foi atingido por coronhadas de fuzil. Continua preso sem que nenhuma acusação lhe tenha sido feita e que nenhum comunicado tivesse sido enviado formalmente à justiça por sua detenção. Fala-se que poderia pegar de sete até quinze anos de cadeia por ter tentado agredir chefe de estado estrangeiro em visita ao Iraque.
Imediatamente, uma rede de advogados formou-se para defendê-lo e exigir a sua libertação. A imprensa noticiou mais de cem advogados dispostos a prestar seus serviços gratuitamente para que ele possa ser libertado. O chefe da defesa de Saddam Hussein, Dr. Jalil Al Duleimi, será o provável defensor central de Al Zaide. Ainda continua sem nenhum contato tanto com seus familiares, como amigos e advogados, num claro desrespeito às tais normas mínimas de direitos humanos que os Estados Unidos tanto, e hipocritamente, pregam pelo mundo afora sem respeitá-las em lugar nenhum onde têm hegemonia.
* Artigo originalmente publicado no site http://www.vermelho.org.br/. Clique aqui e leia na íntegra o texto, incluindo a segunda parte, A simbologia do sapato
Lejeune Mirhan, sociólogo da Fundação Unesp, arabista e professor. Presidente do Sindicato dos Sociólogos, membro da Academia de Altos Estudos Ibero-árabe de Lisboa e da International Sociological Association.
18.12.08
Horas atrasadas
Novos tempos; tempos modernos. O momento, mais do que nunca, é aproveitar as circunstâncias de maior satisfação. O tempo, deleite-se.
Bom proveito!
Qui, 18 Dez, 09h28
Londres, 18 dez (EFE).- O último minuto de 2008 terá 61 segundos para corrigir uma pequena anomalia entre os relógios atômicos e o tempo astronômico, baseado na rotação da Terra. Essa intervenção já foi feita 23 vezes, em intervalos que variaram de seis meses a sete anos. O último segundo extra foi adicionado em 31 de dezembro de 2005 -- três anos atrás.
Tudo surgiu quando a Terra passou a fazer o movimento de rotação mais lentamente. Com isto, o dia passou a ter um tempo maior. E os segundos, baseados nas 24 horas do dia perdeu a medida. Portanto, agora os segundos passam a ser contados de acordo com a velocidade de rotação do planeta.
Os segundos intercalares são usados para manter alinhado o Tempo Universal Coordenado (UTC) com as escalares astronômicas variáveis GMT e Hora Universal (UCI).Entretanto, a União Internacional de Telecomunicações propôs abolir estes segundos intercalares e acrescentar em troca uma hora a cada 600 anos aproximadamente, informa o semanário "New Scientist".
Isto teria repercussões importantes para o Reino Unido, pois a hora referida ao meridiano de Greenwich (GMT) perderia seu atual status internacional como a região na qual a hora local coincide com a hora universal por meio da qual se acertam todos os relógios.
Esta zona de hora ou tempo universal iria se deslocando para o leste em direção a Paris durante centenas de anos antes de voltar outra vez para Greenwich, localidade próxima a Londres.A mudança proposta significaria também que, pela primeira vez, a hora oficial não estaria vinculada à rotação astronômica da Terra.
Em vez de segundos, minutos e horas serem reguladas pelo tempo de rotação da Terra, seriam medidos exclusivamente pelas oscilações de átomos de césio.
"Esta mudança teria profundas implicações culturais", afirma Robert Massey, da Royal Astronomical Society.Também teria implicações para os astrônomos, que teriam que modificar o software operacional de seus telescópios.
http://br.noticias.yahoo.com/s/18122008/40/saude-ultimo-minuto-2008-tera-61.html
16.12.08
Aconteceu...
Chove. A alguns metros de um novo mundo, aproximam-se dedos e chapéus. Já marcavam mais de dez horas da manhã de terça-feira, quando um jovem esguio foi a um espetáculo. Peles oleosas, peles secas, com ou sem pêlos, e muitas outras formas volumétricas marcavam o ambiente. Um som forte, longe ou molhado perfazia o cenário, que, ao mesmo tempo, era de muito brilho e de emoções. Aplausos. Silêncio das descrições. Descendo as escadas, nenhum sentido fazia sentido. Pés em todas as direções e o caminho sendo feito por um compasso firme, com tropeços e enganos.
Pé ante pé. Os dedos tocam a parede: imediatamente, o corpo é transpassado pelos centímetros de concreto até a Ilha de Manhattan. Sobe ou desce? Up or down? O Brasil continuava ali, mas os dedos guiavam para longe. Tal qual a força de um pensamento, a vontade de tempos idos movia os quirodáctilos para o inusitado desconhecido. Nem a Física supunha essa bizarra possiblidade de um corpo ocupar dois espaços tão distintos;
muito menos permite a máxima de dois corpos ocuparem o mesmo espaço. A aldeia onde moro é mais universal que as leis da gravitação; a escrita, nem tanto.
Passados trinta segundos, a Terra gira e o suporte das falanges metacarpianas retorna ao ponto de partida, com a porta do elevador aberta, com volumes e a falta de volumes habituais à sua vida em destaque. O que mais importa é a diferença - seja diferente.
12.12.08
Aqui jaz.
8.12.08
26.11.08
Memórias de uma pedra
25.11.08
Qual é a sua cota?
http://br.noticias.yahoo.com/s/25112008/25/manchetes-comissao-senado-aprova-projeto-da.html
21.11.08
O apagar da noite
Pedras apaixonadas
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso / Djavan
Luz das estrelas
Laço do infinito
Gosto tanto dela assim
Rosa amarela
Voz de todo grito
Gosto tanto dela assim
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Passa mais além do céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha
Música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu
Polo sul, meu azul
Luz do sentimento nu
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu vou
Do que sou minha dor
Minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar
De lembrar e nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver
Céu de Brasília, traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha, música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração
Minha Foz do Iguaçu, polo Sul
Meu azul, luz do sentimento blue
Esse imenso desmedido amor
Vai além de seja o que for
Vai além de onde eu for, do que sou
Minha dor, minha linha do Equador
Mas é doce morrer neste mar de lembrar
E nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver
Mente aberta como pedra
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso
Nosso amor
Não deu certo
Gargalhadas e lágrimas
De perto
Fomos quase nada
Tipo de amor
Que não pode dar certo
Na luz da manhã
E desperdiçamos
Os blues do Djavan...
Demasiadas palavras
Fraco impulso de vida
Travada a mente na ideologia
E o corpo não agia
Como se o coração
Tivesse antes que optar
Entre o inseto e o inseticida...
Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?
Como nunca se mostra
O outro lado da lua
Eu desejo viajar
Do outro lado da sua
Meu coração
Galinha de leão
Não quer mais
Amarrar frustação
O eclipse oculto
Na luz do verão...
Mas bem que nós
Fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pro estúdio
Mas na hora da cama
Nada pintou direito
É minha cara falar
Não sou proveito
Sou pura fama....
Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?
Nada tem que dar certo
Nosso amor é bonito
Só não disse ao que veio
Atrasado e aflito
E paramos no meio
Sem saber os desejos
Aonde é que iam dar
E aquele projeto
Ainda estará no ar...
Não quero que você
Fique fera comigo
Quero ser seu amor
Quero ser seu amigo
Quero que tudo saia
Como som de Tim Maia
Sem grilos de mim
Sem desespero
Sem tédio, sem fim...
Não me queixo
Eu não soube te amar
Mas não deixo
De querer conquistar
Uma coisa
Qualquer em você
O que será?
18.11.08
Correspondente do além-céu

18/11/08 - 12h19 - Atualizado em 18/11/08 - 13h14
Fazendeiros encontram segundo maior meteorito do Brasil
Meteorito foi localizado no interior de Goiás.Objeto metálico pesa cerca de 2,5 toneladas.
Do G1, em São Paulo, com informações da TV Anhanguera
Moradores de uma fazenda no interior de Goiás descobriram, por acaso, um meteorito que lembra aço na sua propriedade. Um pedaço do material foi encaminhado para o Museu Nacional do Rio de Janeiro analisar. A instituição catalogou e afirmou que ele é o segundo maior já encontrado no Brasil. A suspeita é que tenha caído há centenas de anos e pesaria 2,5 toneladas.
O fazendeiro Eli Braz de Oliveira encontrou a rocha na propriedade da família, mas pensou que fosse uma pedra de manganês. Assim, durante anos a peça foi ignorada pelos proprietários. Recentemente, para verificar, retirou uma amostra do objeto e enviou para a análise. A astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, do Rio de Janeiro, foi quem examinou a peça.
Ao descobrir que se tratava de um material incomum, o fazendeiro Oliveira decidiu retirar o meteorito do local. Enterrou o objeto em uma casa na cidade de Campinorte, a 300 km da capital Goiânia, e saiu da fazenda. Isso porque os fazendeiros pretendem vender o meteorito por um milhão de reais.
Meteoritos são fragmentos de asteróides, planetas ou cometas. Podem ser rochosos ou metálicos. A maioria se desintegra na atmosfera, mas alguns atingem a superfície da Terra.
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL866266-5603,00-FAZENDEIROS+ENCONTRAM+SEGUNDO+MAIOR+METEORITO+DO+BRASIL.html
17.11.08
Pedrinhas...
Diante de uma criança
Como fazer feliz meu filho?
Não há receitas para tal.
Todo o saber, todo o meu brilho
de vaidosa intelectual
vacila ante a interrogação
gravada em mim, impressa no ar.
Bola, bombons, patinação
talvez bastem para encantar?
Imprevistas, fartas mesadas,
louvores, prêmios, complacências,
milhões de coisas desejadas,
concedidas sem reticências?
Liberdade alheia a limites,
perdão de erros, sem julgamento,
e dizer-lhe que estamos quites,
conforme a lei do esquecimento?
Submeter-se à sua vontade
sem ponderar, sem discutir?
Dar-lhe tudo aquilo que há
de entontecer um grão-vizir?
E se depois de tanto mimo
que o atraia, ele se sente
pobre, sem paz e sem arrimo,
alma vazia, amargamente?
Não é feliz. Mas que fazer
para consolo desta criança?
Como em seu íntimo acender
uma fagulha de confiança?
Eis que acode meu coração
e oferece, como uma flor,
a doçura desta lição:
dar a meu filho meu amor.
Pois o amor resgata a pobreza,
vence o tédio, ilumina o dia
e instaura em nossa natureza
a imperecível alegria.
Carlos Drummond de Andrade - 1996. "Farewell".
13.11.08
Com versão
A luz se acendeu nos olhos meus
onde se via a áurea de meus pais
com toda infinita bondade de Deus
eu quero viver, eu quero mais
È impossível desatar os laços
paternos unidos com amor
do primeiro olhar ao último passo
preciso sempre de seu calor
Tal qual a semente da flor
eles nos nutrem até o fim
sem dívida, sem mágoa, sem rancor
resumem-se então em vida e em paz
as suas presenças, fazendo de mim
o tempo das gerações anti-fugaz
8.11.08
Pedras que amam
Vivendo e aprendendo com toda a dor que o amor nos traz. Seria bom se fosse somente um rima...mas dói no peito.
28.10.08
Amarelo, verde, azul...branco. E a situação, preta.
O tema é polêmico e complexo demais para tratar em linhas gerais. A necessidade da mulher em trabalhar vai muito além do compromisso de prover uma família. Não que o mercado ou os tempos tornaram-se piores do que anos atrás, mas é a pressão seletiva antropológica é cada vez mais exclusiva, principalmente, em se tratar do âmbito global. O que hoje se determina, ou se preza, é repercutido veloz e catastroficamente no mundo de relacionamentos. Passadas as vilas e as aldeias, o cenário contemporâneo permite o acesso às informações, às riquezas e o caráter humano ser dissecado em Kbytes por segundo.
A mulher, o ser humano, possui o intrínseco desejo de se manter digno e notório frente aos seus pares. Ser mãe, profissional, cobiçada, administradora de lar, ótima filha, querida irmã, fiel amiga são alguns dos pilares de sustentação. Há de explorar mais sucinto e honestamente acerca deles de maneira individual e em conjunto; porém, há também outros contra-pilares, como, por exemplo, a ímpar instância de se viver, sobreviver, manter-se bem e satisfeito, mesmo a custa de alguns pilares ruírem. Quanto mais se aumenta o eu-desejo, mais se diminui a chance de ser plenamente satisfeito.Viver abraçado não enche o ego de ninguém - ficamos meio cheio e meio vazio. Viver separado exclui a chance de estar-se plenamente satisfeito.
Enfim, nesse complexo polígono da vida, mais vale encostar-se numa só aresta apenas do que ficar indefinido num vértice qualquer. Nele, somos nada; nela, aparecemos.
Wilen Norat Siqueira
Por Cynthia Magnani • 28/10/2008
No últimos três séculos, a situação das mulheres na sociedade, graças ao movimento feminista, mudou bastante: votamos como os homens, podemos pedir o divórcio por vontade própria e somos maioria nas universidades. No entanto, em relação ao acesso ao mercado de trabalho, as mudanças têm ocorrido de maneira um pouco mais lenta. E o mais perturbador: a maternidade ainda é, muitas vezes, um entrave para a carreira. Uma pesquisa feita por uma das maiores empresas de recursos humanos norte-americanas, o grupo Catalyst, indica que cerca de 25% das mulheres com filhos pequenos decidem não voltar a trabalhar após o nascimento deles. Os pesquisadores entrevistaram quase duas mil mães entre 20 e 44 anos nos Estados Unidos, Canadá e Suécia, e perceberam que, para 43% delas, a vida profissional passou a interferir negativamente no ambiente familiar. Segundo 83% das entrevistadas, a chegada de um filho fez com que elas passassem a valorizar mais uma vida em família equilibrada do que o sucesso na carreira.
A mulher moderna acumula as funções de cuidar de casa, do trabalho, do próprio corpo (afinal, a concorrência anda acirrada), do marido e dos filhos. Como se não bastasse, o sexo feminino ainda sofre preconceitos, como salários menores que os dos homens e pouca representatividade entre os cargos de chefia de grandes empresas, por exemplo.
As sanções para quem não respeita os direitos das mulheres são jurídicas e legais, mas também de quebra de contratos comerciais ou de imagem
Segundo Leyla Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - seção Rio de Janeiro (ABRH-RJ), a mais conhecida forma de preconceito é a demissão de profissionais mulheres ao saberem que elas estão grávidas. "É uma visão míope da empresa que, ao comportar-se dessa forma, gera um clima organizacional péssimo, que impacta na performance e nos resultados dos demais funcionários. E o que considero pior: reflete no mercado uma imagem muito ruim. A marca passa a não ser valorizada, pois a empresa esquece que estamos na "sociedade do relacionamento" e essas informações são transferidas para o mercado. Nenhum profissional quer ter no seu currículo uma empresa que não possua uma boa imagem. Assim, a organização passará a ter dificuldades de reter os seus talentos ou de recrutar bons profissionais. Além disso, no mercado global, muitos países não mais aceitam estabelecer relações comerciais com empresas que não trabalham com a diversidade. As sanções para quem não respeita os direitos das mulheres são jurídicas e legais, mas também de quebra de contratos comerciais ou de imagem", alerta.
Mas, infelizmente, muitas empresas ainda torcem o nariz ao saber que uma funcionária está grávida ou que pretende ter filhos em breve. Isso em pleno século XXI. Por esses motivos, muitas mulheres adiam a gravidez ou simplesmente abrem mão de serem mães, apenas para se dedicarem ao trabalho.
A relações-públicas contratada pelo Exército Ana Luiza Oliveira é uma das que optaram por esperar um pouquinho mais para engravidar por causa do trabalho. "Para exercer a profissão em que me formei e buscar aperfeiçoamento através de cursos de especialização tive que mudar de cidade e construir minha vida em um lugar diferente. Acho que ainda é possível, sim, conciliar filhos e trabalho, mas é necessário ajuda de outras pessoas, como familiares, babás ou creches. Por isso achei melhor esperar mais para realizar o meu grande sonho de ser mãe", diz. Depois de cinco anos morando no Rio de Janeiro, Ana Luiza conseguiu, este ano, voltar para sua cidade natal, Volta Redonda, no interior do estado. Ela se diz pronta para retomar o sonho da maternidade. "Como atualmente minha vida está mais engrenada, pessoal e profissionalmente, podendo conciliar minha carreira com a vida pessoal, estou programando para o próximo ano a vinda do tão esperado baby", comemora.
http://msn.bolsademulher.com/familia/materia/maternidade_ou_profissao/31722/1
25.10.08
O que leva ao sublime e ao atroz?
O sublime é um estado da alma do ser humano.
É um momento único de sentimentos de prazer e paz interior. É um minuto de inspiração em que o homem encontra-se unido ao Universo, deixando de ser uma parte do todo e
passando a fazer parte desse todo.
O atroz é uma característica do homem. É uma característica de
sobrevivência da espécie.
O sublime é divino, especial e único.
O atroz é cotidiano, necessário e comum.
O sublime é um prêmio que alguns homens recebem em alguns momentos da sua vida.
O atroz é uma característica que persegue o homem por toda a sua vida.
O sublime o homem nem sempre alcança...
O atroz o homem sempre possui...
O homem é elevado a um estado sublime pela beleza e perfeição do inexplicável Universo.
O homem age atrozmente pela necessidade de sobreviver nesse inexplicável Universo.
Profa Emília Freitas
Departamento de Anatomia - UFRJ
Os opostos não se atraem; são as mesmas coisas
O que leva ao sublime e ao atroz?
De um grão, tudo
De um afeto, tudo.
Será que afeto e grão estão no mesmo estrato conotativo ou denotativo? Numa rápida e rasa análise poder-se-ia dizer que sim; já que, segundo o que foi estabelecido como proposições, leva-nos a conectar sentenças lógicas e a concluirmos de forma equivocada. O tudo não cabe em si.
Somos substância; somos pensamentos. Somos lembranças ou até mesmo esquecimento. No entanto, se nem mesmo um preciso delito pode ser isento de evidências, nós, homens, também somos singularmente notáveis. De uma singamia, um mundo de sentimentos e sensações – É tão sublime quanto atroz. De energia em energia, autólise e apoptoses, uma célula desenvolve-se em muitos milhões iguais a primeira – em um ser humano. De mortes, uma vida. De muitas mortes, tua vida. De um ato atroz conjugal ou extra-conjugal, uma vida. Acaso, os fins justificam, explicam, entendem, compreendem, dizem o tempo ou as circunstâncias dos meios? Há muitas relações e pouco sentido. O juízo que se tem acerca do recato de viver é dependente da estreita visão que se tem dos fatos. Eu, sublime; Tu, atroz.
Da luz da alvorada ao brilho especular da lua
do cheiro de jasmim logo de manhã
do choro pueril ao beijo da amada
vêm o sublime e o atroz
juntos.
6.10.08
"Vou-me embora pra Pasárgada"!
Com 42.060 (1,31%), a candidata Clarissa Barros Assed Matheus de Oliveira, obteve o quinto lugar das eleições a vereadores da Cidade do Rio de Janeiro, já no seu primeiro intento. Ao lado de seu pai, a força hereditária impunhou ladeira a baixo o sucesso de quem nasceu ontem para a vida política. O casal Garotinho, um vez lá trás, respondeu processos e teve a quase inelegibilidade de suas candidaturas a posteriori. Porém, o destino os triunfou: tendo ou não a chance de concorrer, os seus braços genéticos, herdeiros do reino da polis, irão re-editar os marcos, os feitos épicos dos sonhos infantis - com fadas, príncipes, anões, monstros e finais adolescentes, pois os garotos crescem.
Sem contar o eminente Stepan Nercessian com 50.532 (1,57%). A vida é uma graça!
Agora, o ilustríssimo José Eduardo Figueiredo BRAUNSCHWEIGER, do PSTU, obteve o distinto ZERO de voto; mas DEZ na honestidade. Nem ele confia em sua competência para o trabalho na administração pública como vereador. Um homem íntegro, com bom senso e honesto em suas ações e bravatas. Aplausos!
RESULTADO DAS ELEIÇÕES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Prefeito
Candidatos
Votos
%
EDUARDO DA COSTA PAES
Partido: PMDB
1.049.010
31,98%
FERNANDO PAULO NAGLE GABEIRA
Partido: PV
839.990
25,61%
MARCELO BEZERRA CRIVELLA
Partido: PRB
625.220
19,06%
JANDIRA FEGHALI
Partido: PC do B
321.005
9,79%
ALESSANDRO LUCCIOLA MOLON
Partido: PT
162.926
4,97%
SOLANGE AMARAL
Partido: DEM
128.591
3,92%
FRANCISCO RODRIGUES DE ALENCAR FILHO
Partido: PSOL
59.361
1,81%
PAULO SERGIO RAMOS BARBOZA
Partido: PDT
59.146
1,80%
FILIPE DE ALMEIDA PEREIRA
Partido: PSC
17.576
0,54%
VINICIUS CORDEIRO
Partido: PT do B
13.353
0,41%
EDUARDO GONÇALVES SERRA
Partido: PCB
2.663
0,08%
ANTONIO CARLOS SILVA
Partido: PCO
961
0,03%
Total de votos: 3.279.802
http://br.eleicoes.yahoo.com/riodejaneiro/eleicao2008/1turno/
30.9.08
É errando que se aprende...é o melhor erro da História
Gentileza
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta.
Marisa Monte
Ter, 30 Set, 09h42Uma biografia em inglês do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será lançada hoje em Londres. O professor Richard Bourne, da London University, retrata a vida do presidente em "Lula of Brazil - The Story So Far", publicada pela Zed Books. O livro levanta a história de Lula desde sua infância no Nordeste brasileiro, passando pela atuação sindical no ABC paulista, a fundação do Partido dos Trabalhadores, as tentativas de eleição presidencial em 1989 e 1998, as campanhas vitoriosas em 2002 e 2006 e também pelos escândalos de corrupção que abateram as figuras mais importantes do seu governo.
Com 272 páginas, a biografia é apresentada como "a história de um homem contra a história contemporânea de um poder emergente". O britânico Richard Bourne visitou o Brasil pela primeira vez em 1965, como jornalista do jornal "The Guardian". Ele também é autor de outros livros sobre a América Latina, como "Assault on the Amazon", "Getúlio Vargas of Brazil: Sphinx of the Pampas" e "Political Leaders of Latin América".
http://br.noticias.yahoo.com/s/30092008/25/politica-academico-britanico-lan-biografia-lula-ingles.html
25.9.08
Sal a gosto.
Com pré-sal, Brasil erradica pobreza em menos de 18 anos, diz Dilma
Segundo ela, descoberta não foi sorte, mas fruto de trabalho e tecnologia.Dilma disse que investimento em exploração já atinge R$ 50 bilhões ao ano.
Mais prazo de estudo:
A ministra afirmou também que a comissão interministerial criada no governo para discutir o novo marco regulatório para exploração e produção de petróleo na camada pré-sal vai analisar a possibilidade de ampliar o prazo para fechar as propostas que serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Amanhã [quinta-feira 25] nós vamos avaliar se vamos pedir mais um prazo ou não, mas a situação está bem encaminhada, os estudos estão muito bem feitos, tanto pelo Ministério de Minas e Energia quanto os apresentados pela Petrobras, pela ANP [Agência Nacional de Petróleo], e pela Empresa de Pesquisa Energética [EPE]. É uma solução complexa, e nós queremos colocar à disposição do presidente alternativas consistentes, sólidas, bem elaboradas”, explicou. A prorrogação dos estudos que deveriam ter ficado prontos no último dia 19 foi pedida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Lula já disse que começará a discutir o tema com o grupo após as eleições municipais.
16.9.08
De pedra em pedra...
Sermão do Mandato, 1643 - Padre Antônio Vieira.
Minhas amadas pedras.
28.8.08
Pedras e vidraças.
Assessor da CNBB para assuntos de bioética
Depois, os debates relacionados com o uso de embriões congelados para fins terapêuticos e as sucessivas tentativas de liberar, pura e simplesmente, o abortamento colocou a questão da anencefalia no esquecimento. Agora, diante de um iminente pronunciamento do Supremo Tribunal Federal, a questão volta à tona com toda a força. Por isto mesmo, urge recolocar as verdadeiras questões.
Quando falamos em "anencefalia" não apenas nos encontramos diante de uma palavra difícil, como também diante de uma palavra que se presta a equívocos.
O equívoco da palavra fica evidenciado quando sugere que os fetos portadores de uma má formação no cérebro não teriam cérebro. Na realidade o que lhes falta é o fechamento do tubo neural. A palavra certa seria meroanencefalia.
Mas os maiores equívocos não se relacionam com a palavra, e sim com a maneira como vem sendo apresentada esta realidade. Embora devamos reconhecer que nos encontramos diante de um drama, é preciso logo observar que, ao contrário do que certos debates sugerem, o número de casos é relativamente pequeno. Uma estatística realizada pela Universidade de Minas Gerais cobrindo a década de 1990-2000 assinala que em 18.807 partos, constataram-se apenas 11 casos que nasceram vivos e 5 natimortos.
Uma segunda observação se faz necessária: considerando as estatísticas mundiais, nosso índice é alto, o que sugere que os casos de meroanencefalia, remetem para fatores múltiplos, inclusive ambientais. Entre estes fatores o mais importante é aquele que é mais facilmente contornável: ausência de ácido fólico.
Em terceiro lugar não podemos nos esquecer o sofrimento da mãe e dos parentes mais próximos. Eles precisam de todo o apoio possível, a nível médico, psicológico, religioso...
Um eventual abortamento só iria aumentar esse sofrimento. Por isso mesmo a pergunta é: "Por que a questão volta a entrar em pauta?" Não seria pelo interesse de aproveitar células e órgãos? Não seria para abrir as portas a todo e qualquer tipo de abortamento? Tudo isso dá o que pensar.
27.8.08
Ponto.
"O homem nasceu para aprender, aprender tanto quanto a vida lhe permita".
Guimarães Rosa
Por ora, uns poderiam dissertar bastantes linhas, esgotar todo labor cognitivo para tentar aproximar a ciência da arte; já outros dissertariam mais períodos e pensamentos acerca dessas duas partes universalmente singulares. Ou então, ambos serem irresponsavelmente imediatistas e atribuírem seus signifivados semânticos-culturais num rápido processo intelectual, desprezando qualquer ínfima reflexão. Basta a condição sine qua non humana para o agir científico e a percepção artística reagirem em um mesmo sistema antropológico. Lembrar as conjecturas de Descartes, ou as descrições filosóficas greco-romanas sobre simetria, medidas e modelos, ajudam-nos ir ao encontro da capacidade inata de o ser humano pensar e reproduzir, por figuras ou por letras, suas emoções e seus sentidos.
Como a orientação específica dos átomos, de moléculas em moléculas, cada olhos de visão, cada ponto-de-vista, revela-se numa magistral expressão solitária de sentimentos pessoais. Não tem jeito: a relação da ciência com a arte é, ao mesmo tempo, nenhuma e totalmente afim. Confuso? Não. Constituem definições dinamicamente conceituáveis, de acordo com a conjuntura, com o tempo, com o credo, com o gênero, com a raça e com diversos parâmetros instáveis ao sabor do caos cosmológico. Nota-se, dessa forma, que desenhando a linha que perpassa cada âmbito particular, tem-se o círculo da verdade: em que o centro pode ser comum, mas o raio depende da insconstante demografia em questão. Dois mais dois, além de implicar quatro, resultam também números quase infinitos de possibilidades de criar um ser humano – a matemática nem sempre é tão exata; parece mais uma mágica. No meio da ciência e da arte, há tropeços: a arte de aprender e a arte de ensinar – a pedra filosofal do caminho da existência.
Ponto: Entre a questão de ensinar ou de aprender, na vida, a melhor opção é viver. Parece ser redundância o último período grafado, mas representa o quão é inócuo posicionar-se diante das quase normas de condutas. O dinamismo dos fatos ou das circunstâncias faz com que esse tropeço etimológico seja um pilar em constantes transformações de pensamentos e de abordagens do processo de transmissão de conhecimento. Irão existir inúmeros defensores a dizerem que no ensinar há um dom artístico, quase mágico; enquanto, um não-menor número firmará posição na suma competência sócio-biológica de poder aprender sob a égide do determinismo natural. Cada ponto-de-vista especializa-se em se justificar, de preferência, em contraposição ao que se deseja combater; e, a partir daí, polarizam-se. Bem, de versões a versões, vão construindo-se verdades e mais verdades sobre o cimento dos fatos. E a arte? Essa está na maneira livre e espontânea de se associar a um dos pólos. Do nada, pode-se fazer o mundo – isso é arte.
Até o não-fazer poderá ser relevante no pleno processo de ensinar. No entanto, há aqueles que se dedicam à construção ativa do sujeito ávido pelo conteúdo a ser ensinado. Diversas teorias baseadas em bastantes modelos eficazes e em outros nem tanto, aliam-se ou confrontam-se com a sútil finalidade de transmitir as informações referenciais. Modelo de sala de aula em ambiente fechado, com normas e uniformes, giz e professores perante a assembléia disposta a sua frente, mostra-se vigente e ainda é eficaz nos dias de hoje. Pouco importa se um gosta ou não entende, a preocupação está na média: determina-se o quanto deverá saber de tudo que fora exposto. A apótema do dodecágono inscrito num certo círculo é tão fundamental quanto o conceito e as utilidades de uma função de primeiro grau. E a arte? Está na abstração da utilidade; na recompensa do final de ano, quando se é aprovado para cursar o próximo ciclo de aprendizado. A arte é a forma de como se entende; se vê e se adquire. Por outro lado, há os que acreditam na aquisição natural do aprendizado, respeitando assim, o tempo particular de cada desenvolvimento cognitivo. Para esses, o indivíduo é uma peça acabada. Será uma questão de horas para o sujeito perceber o seu mundo. Ensinar passa pelas mais energéticas atividades humanas: como dizer a um russo que um bom samba é dois pra lá, dois pra cá? Por mímica? Não sei. A vida imita a arte, mas o oposto...
É assim, dois pra cá, e as pernas soviéticas não acompanham com a mesma naturalidade. É a harmonia, o rítmo, o compasso e o enredo. São muitas variáveis e limitantes, para que a adequada forma de se tentar ensinar torne-se realmente eficiente. A maneira com a qual o russo apreenderá a mímica está intimamente associada à sua acumulação cultural: sua genética e seu ambiente social. Enfim, depende de sua arte de agir diante dos fatos e dos acontecimentos. Imaginar-se – É rima, é parte, é arte, é cada ponto-de-vista.
Na outra ponta do mister vínculo humano, há os tijolos do grande muro da ciência – a capacidade inata de aprender. Por diversas vias, vêm as informações: pelos olhos, pelos ouvidos, pelas mãos e até pelas narinas e pela boca. Aprender é sentir. E a arte? É o sentimento livre. Não se pode aprender sem sentir emoções; elas permitem o mergulho profundo nas águas do saber. A ciência já demonstrou por alguns ensaios de neurociência que pelo impacto das ações, pelo sentimento, a memória tão necessária para o aprendizado cristaliza-se na mente. É fácil testar tal assertiva, se imaginar, que, além dos cinco sentidos, a capacidade de associação dos fatos ou dos eventos permite resgatar aquilo uma vez já apreendido; seja pela leitura, pela escrita ou pela vivência. Se viver é sentir e aprender é sentir; nem ouse concluir o silogismo. Pronto. Aprender é isso. Uma lembrança; um conhecimento. Os detalhes, só quando interessam.
A uma flor, água, luz e terra. A uma criança, estímulo, atenção e carinho. Pode-se, dessa forma, parecer uma rasa simplificação; no entanto, é o método mais eficaz para levar ao ser em formação as ferramentas fundamentais para o seu construtivismo intelectual. Terão alguns com fortes discordâncias a respeito do método citado. Constrói pra cá, socializa-se pra lá, impõe-se de um jeito ou deixa acontecer, pois tudo que se precisa já vem pronto. Não importa. Nunca se deve esquecer, portanto, da finalidade: transmissão de forma mais agradável a informação. Se é útil, só o tempo e a oportunidade dirão. Cada ser é um universo singular, o qual caberão a ele necessidades especiais, com a atenção que merece. Enquanto o estímulo, vem da dinâmica instável do afluxo de conteúdos referenciais ou informais, capazes de prover sempre o crescimento pessoal; já o carinho, é a ponta mais complexa do processo. Com toda relevância dos sentidos, da lembrança, das emoções dos acontecimentos ou do impacto dos fatos, a maneira de se abordar, mostrando-se próximo e atento às dificuldades particulares, com todo carinho à disposição, é fundamental. Inicia-se lá pelos primórdios da comunicação, em que os pais, ou quem se dedica à criança, preocupam-se com o olhar, com o toque, com, de novo, a atenção; visto que são esses primorosos momentos que cada indivíduo sentir-se-á protegido, seguro de si e apto para aprender e logo ensinar; é como se fosse um repositório de segurança sendo completado, e, quando mais cheio, mais se consegue transmitir; quando se menos, por pouco tempo. Segurança permite ter força. Fornece poder. E dela se emana a faculdade do aprendizado ativo, aquele que, por interesse próprio, liberta os seres umbrais da terrível sombra da ignorância. Sem vontade, sem luz.
Até um computador pode ensinar, devido a sua alta capacidade de armazenagem de informações, fazendo a interface humana aprender; pois, pela arte dos sentidos, é que o lúcido entendimento é possível. Do contrário, é a ausência de substanciais indefinições da natureza humana, tais como: sentir, ter vontade, consciência; que faz do computador uma criatura estática, limitada com seu raciocínio binário. O que adianta garantir o pleno acesso às notícias e às informações, seja através da memória, seja da conexão entre computadores; se o que permite o rico espírito dinâmico e ávido pelo desenvolvimento pessoal é a ímpar função de sermos eternos na arte: tudo tem a sua duração; tudo se acaba; menos a vista de cada ponto, menos o ponto de cada vista, menos o ponto-de-vista de toda obra de arte. A arte expressa-se.
Pode-se, com isso, perceber que a arte permeia ambos os pilares. É a forma autônoma de estar vivo, além de possuir todas as funcionalidades vitais. Respirar é um mecanismo fisiológico; mas viver de maneira intensa e notável é algo unicamente humano. Toda e qualquer explicação acerca da arte de ensinar será insuficiente para se deixar inteligível a arte de aprender. São mais do que dois em um; mais do que mão e luva; mais do que importante ou prioriários; são artes. São expressões de cada vivência passada por um único ponto; ponto de vista na circunferência dos fatos e dos acontecimentos.
18.8.08
(ponto) não sou - cadê o eu?
Cathedral songs
Tanika Takiram
I saw you from the cathedral
You were watching me
And I saw from the cathedral
What I should be
So take my lies
And take my time
'Cos all the others want to take my life
And I watch you with an intent, basic
It's the same for you
You hold your hand
And it's all fine - laced and
What would you make me do?
So take my lies
And take my time
'Cos all the others want to take my life
Serious for the winter time
To wrench my soul
whole cotton, whole cotton ears
But I know there must be
There must be, yes, I know there must be a place to go
You saw me from the cathedral
Well I'm an ancient heart
Yes, you saw me from the cathedral
Well here we are just falling apart
You catch me
I am tired
I want all that you are
I saw you from the cathedral
You were leaving me
And I saw from the cathedral
You could not see to see
So take my lies
And take my time
'Cos all the others want to take my life
13.8.08
Desencontros astigmáticos
11.8.08
Simplesmente, faces
nem sempre no início há
Maiúscula
às vezes aparece
no final diminuta
a vontade, a alegria.
Queria poder dizer
com tantos verbos
vozes caladas
de desejo.
a razão pura do conselho
dos experientes, dos pais
ecoa insuportavelmente
nas horas presas
em segundos
passados.
No início, muita força
há tanta força que sustenta o mundo
o mundo pequeno
bem pequeno
para os almejos joviais.
Agora, devagar
bem devagar
as repetições da vida
sem brilho, sem vontade
sem razão.
a antítese dos fatos
o não-real da existência
vendo; ilusões de graça
a monotonia de ser
feliz.
9.8.08
como substâncias.
As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, du-ração, densidade, cheiro, valor, consistência, pro-fundi-dade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, des-tino, idade, sentido. As coisas não têm paz.
Arnaldo Antunes
simples...
É simples
Como o giro da terra em torno do eixo
É simples
Como fim de filme sem desfecho
É simples
Como a confecção de um míssil
É simples
Como se livrar de um velho vício
É simples
Como escrever um livro "best-seller"
É simples
Como não querer saber mais dela
É simples
Como destruir fotografias
É simples
Esquecer o amor que foi um dia
Elementar, meu caro amor
Amar é simples...
É simples
Como ler ulisses todo de uma vez
É simples
Como saber falar bom português
É simples
Fazer gols iguais aos de pelé
É simples
Não querer também quem não te quer (quando se quer)
É simples
Esconder o choro todo na garganta
É simples
Fingir que tristeza não é tanta
É simples
Esquecer tudo que foi da gente
É simples
Simplesmente ser indiferente
Jair de Oliveira
facilmente...
Coisas fáceis,fazer um agrado
Coisas fáceis, abrir um sorriso
Coisas fáceis, estender os braços
Coisas fáceis, agir com juízo
Coisas fáceis, mostrar o caminho
Coisas fáceis, dizer a verdade
Coisas fáceis, cuidar com carinho
Coisas fáceis, viver com vontade
São coisas pra se fazer
Sem esperar recompensa
Coisas pra se querer
Coisas tão simples
E tão difíceis de esquecer
Um abraço, um sorriso, um aceno
Coisas fáceis
Gestos tão pequenos
Coisas fáceis
Jair de Oliveira
para coisas...
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
Gregório de Matos
construindo coisas...
A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.
Gregório de Matos
coisas e mais coisas...
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:
Enquanto com gentil descortesia
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora,
Quando vem passear-te pela fria:
Goza, goza, da flor da mocidade,
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
Oh não aguardes, que a madura idade
Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
Gregório de Matos
Mais coisas...
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos
há coisas...
Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!
É a dor da Força desaproveitada
— O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
jazem ainda na estática do Nada!
É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...
E é em suma, o subconsciente ai formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!
Augusto dos Anjos
Depois do fim...
Pode o homem bruto, adstricto à ciência grave,
Arrancar, num triunfo surpreendente,
Das profundezas do Subconsciente
O milagre estupendo da aeronave!
Rasgue os broncos basaltos negros, cave,
Sôfrego, o solo sáxeo; e, na ânsia ardente
De perscrutar o íntimo do orbe, invente
A limpada aflogística de Davy!
Em vão! Contra o poder criador do Sonho
O Fim das Coisas mostra-se medonho
Como o desaguadouro atro de um rio ...
E quando, ao cabo do último milênio,
A humanidade vai pesar seu gênio
Encontra o mundo, que ela encheu, vazio!
Augusto dos Anjos
Por fora, só verniz
6.8.08
O Guaxinim no Éden
Um novo tempo....
Tendo em vista a diversidade de temas abordados em NOSSO BLOG... Isso mesmo ele ainda é nosso, mesmo que a figurinha mais presente nesse folhetim tenha sido o ilustríssimo Wilen que tem abordado com uma maestria ímpar os mais diversos temas.
Partindo disso achei por bem me ater àqueles temas que transitam entre o mito e a realidade e que optaram por denominar cultura popular.
Para dar inicio a essa nossa nova fase, adentrando por esse mundo outrora pouco falado e discutido nesse canal, iremos conversar, discutir e esclarecer sobre um tema que há muito vem chamando a atenção de muitos dos amigos leitores, conhecidos, amigos, colegas, familiares e tantos outros desta terra ou mesmo de terras alem mar.
Mas qual seria o tal tema, a dar início a essa nova fase? Ninguém ou nada? Mais ou menos que ele:
O Guaxinim Sorrateiro.

Para iniciarmos a sessão queremos interagir com nossos internautas (como diria qualquer locutores da Globo) e ver o que pensam sobre o tema. Para poder ajudá-los a ao menos vislumbrar parte do DOGMA que gira em torno do tal guaxinim, vamos discorrer um pouco sobre o mesmo.
A história do Guaxinim Sorrateiro nos remete aos primórdios da humanidade e vem resistindo aos intemperismos da vida, sendo transmitida de geração a geração. Essa cultura milenar tem sofrido adaptações, modificações mas mantendo sua essência, suas peculiaridades e principalmente sua EFICÁCIA... Dessa pequena descrição nos surgem inúmeras duvidas dentre as quais: o Guaxinim Sorrateiro - é um mito? Uma lenda urbana?
Eu já fui um Guaxinim? Esse é o novo brinquedo da Grow? Nossa, além de Guaxinim é sorrateiro??? ou apenas um estilo de vida...?
A partir do exposto, esperamos contribuições pra desvendar mais esse mistério que envolve os seres humanos
Guaxinim sorrateiro way's of life...?(to be continue...)
4.8.08
Tão longe de chegar e nem perto de algum lugar
29.7.08
pedras nos Telhados
Pedras não falam porque sonham
25.7.08
Ricardo Sant'Anna de Oliveira
Mestrando - Instituto de Bioquímica Médica Universidade Federal do Rio de Janeiro
Nem tudo é o que parece
Começar pelas definições referenciais parece-me bastante adequado; porém, sem analisar as concepções antropólogicas tornar-se-á insuficiente, uma vez que a visão do homem, a disponibilidade das coisas e sua conjuntura diante delas fazem parte, de forma perene, da construção de entendimento. É melhor seguir um outro modelo de resposta, pois esse é demais denso.
Segundo o dicionário enciclopédico Coimbra de Augusto Miranda, “belo” é um adjetivo pertencente ao campo semântico de formoso ou de gentil; já “cafona”, vai desde indivíduo desajeitado, com registro de expressões mais antigas como labrego, passando por inculto até chegar ao grosseiro. Circularmente definidos – conceitos à base de sinonímia.
Passeia-se pelo tempo das Eras e se encontram muitas das tentativas de conceituar os termos e de compreender a sua significância para o ego de cada um. Notáveis pensadores arriscaram esse entrave: Kant (Das Schöne), Platão (kalos em o Hípias Maior), Sócrates em diálogo com Agatão e muitos outros anônimos esmeraram-se para exprimir o que vêem de belo com os seus olhos. E, numa rápida reflexão, pergunta-se: E os cachorros? Ou gatos? Entendem o belo e o cafona?
Beleza e nem seu contraponto restringem-se à humanidade. Basta fitarmos qualquer vivente ao lado, para perceber que, de uma forma ou de outra, eles buscam, escolhem. Por condicionamento? Por acaso? Não se sabe; no entanto, entre tantas opções, nem tudo agrada aos olhos. Uns atraem. Outros repelem. Natural.
Para alguns, a beleza é resultado de emoções, de sentimentos pessoais nascidos ou adquiridos durante a existência; há aqueles que tentam exprimir a sua significância segundo a metodologia cientíifca. Recorrem-se à forma geométrica, à simetria, à medidas precisas de versos ou rimas, à lógica e aos raciocínios cognitivos de indução, dedução ou dialética. Apelam-se até a ritos e a comportamentos sociais e religiosos de vida passada; uso de entorpecentes ou aceitação passiva dos mandamentos divinos. Cada ponto tem a sua vista. Cada lugar, seu ponto-de-vista. Nada é igual. Nem a tangente passa tão perto como se supunha, pois ainda tem a assíndota dos fatos e das versões. Um círculo é uma elipse de excentricidade zero; a reta pode ser um círculo de raio infinito. Que tal o feio belamente cafona; ou o bonito cafonamente diferente? Nem mesmo a finitude da variabilidade das quatro letrinhas da vida é capaz ainda de enrijecer a percepção dos gostos pessoais. O que é bonito para mim, poderá não ser para você; o que é cafona, nem sempre vai ser.
20.7.08
Não deixe de viver para sonhar
Há pouco acordei. Havia uma sombra e uma luz. Tudo era assim. De repente, a sombra dominou o cenário como a água percola o solo; visto que a menor resistência encontrava-se no mundo subterrâneo.
Uma confissão: uma senhora, mãe de duas filhas - uma de nove e outra de sete anos - parada, numa calçada, pedia carona. De vida fácil, como dizem. Tinha apenas um propósito em mente - queria usar "crack". Água percolando saídas ainda mais fundas. Canibalismo eburnificado.
Que mundo é esse! Mãe, drogada e prostituída. Ser santificado e profano ao mesmo tempo. Quando o fraco vê a saída, entrega-se; se é forte, procura a melhor. Toda droga vem para solucionar de maneira simples os problemas; vem aumentar o moral; vem pôr no status quo almejado; vem libertar os sentidos e os sentimentos mais recônditos, a fim de que, pela evasão da realidade, possa viver como num sonho.
E para todos os sonhos; um dia, acabam. Para viver, viva; caso o contrário, boa noite!